sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Lá Vem Chegando o Natal





Dias de dezembro,
Dias escaldantes,
Barulho estrondante,
Excesso de futilidade provindo de pessoas sem conteúdo,
Excesso de egoísmo de uma grande parcela dos humanos,
O mundo se prepara para o natal, a maior festa capitalista da humanidade,
Natal, festa da exclusão.
O “bondoso” Papai Noel já chegou,
Sininhos a badalar,
Enfeites,
O Natal não é uma festa cristã?
Festa em que se comemora o nascimento de Jesus?
Todos os dias, leio um monte de postagens falando de Deus, mas raramente eu vejo um gesto concreto diante das desigualdades deste mundo.
Enquanto uns saboreiam as delicias desta época, outros não têm nem o que comer,
Quantos pais choram por não terem a condição de presentear um filho,
Como é triste presenciar a ilusão de uma criança carente diante do Papai Noel,

Que festa é essa?
As maiorias dos cristãos esquecem que Cristo precisa nascer todo o dia,
E, não uma vez no ano.
Vamos parar de teorias, afinal teoria não enche a barriga de ninguém,
Precisamos de gestos concretos,
O natal poderá ser uma festa mais solidária, depende de todos nós.
Se você tem um uma roupa, um brinquedo, alimentos... Faça uma doação a quem precisa,
Os gestos solidários, a harmonia familiar fazem do Natal,
Uma festa menos desigual.

Sú Ferraz

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Querida inspiração




Hoje eu amanheci com um desejo enorme de falar um pouco sobre a nossa relação. Já faz um ano que vivemos a dialogar. A senhorita trouxe-me um amor, e ele só soube extrair sofrimento e lágrimas da minha humilde pessoa. Desculpe-me, fui um pouco egoísta, o amor também trouxe coisas boas em minha vida. Ele espalhou palavrinhas por todo canto, deu-me novas amizades, sonhei, viajei, construir um mundo tão belo. Construir um mundo de rabiscos. Tive tantos dias harmoniosos, outros tristes.
Em alguns dias me senti uma mulher, já em outros, uma mera menina bobinha. Tive dias de patinho feio, e outros de encanto. Cair, ralei feio, machuquei tanto o meu coração, ele até sangrou, criou muitas feridinhas, hoje apareceu uma cicatriz tão feiosa, mas ela existe para lembrar-me que sempre é preciso levantar e seguir em frente.
Ah, querida inspiração. As vezes que quis matá-la (risos). Já esbravejei, xinguei, fiz birra, briguei comigo mesmo, mas não adiantou. Foram tantos dias em que eu quis fazer aparecer o sol em um céu nublado, queria ter o poder de encher a rua com flores coloridas, tentei transformar minha tristeza em algo útil. Procurei sonhar com os olhos bem abertos, tentei fazer dos vacilos um aprendizado.
Senti tantas dores, querida inspiração. Teve dias que eu tive medo de enfrentar o mundo, não tinha forças para lutar. Fiquei tão fraquinha, meus olhos até murcharam e o brilho deles sumiu por algum tempo. Foi um tempo em que roubaram a minha alegria e eu fiquei deprimida. Um tempo em que a felicidade tinha fugido de mim... Tempo em que eu achei, ou melhor, eu senti que viver doía. Nestas idas e vindas da vida, nestes erros e acerto do destino eu resolvi transformar meus sentimentos em palavras. Transformei o senhor Amor em poesia, queria ter feitos as mais belas canções por e para ele, mas não tive como me transformar em uma cantora que suspira e respira canções.
Fiz do amor versinhos, palavras, rimas soltas. Decorei um monte de palavrinhas para serem ditas ao pé do ouvido, numa noite enluarada e com o céu recheado de estrelas. Amei demais, Sonhei demais, escrevi de mais e não acordei a tempo de perceber que tudo passou de uma grande e dolorosa ilusão. Coisas da vida, tragédias do coração e um aprendizado para toda uma vida.
É dona inspiração, tenho aprendido tanto contigo. Aprendi que a vida é cheia de pegadinhas e que é também uma das mais belas artes. E o amor é coisa complicada demais. Você também trouxe diversão aos meus dias, acabo de lembrar de um certo dia, que algumas lágrimas ousaram pular dos meus olhos e eu com um sorriso acanhado dizia que o amor não era para meu bico.
Foram tantas madrugadas, tardes ensolaradas, dias frios e outros calorosos, tantas músicas, foram tantas formas de retratar um amor.
Um amor que eu tive que enterrar. Foi necessário, ninguém vive para esperar migalhas. Vivemos para saborear a felicidade, e se ela na vem até nós... Nós temos que ir até ela. A vida foi feita para aqueles que têm coragem de desbravar o desconhecido, de trilhar novos caminhos, de enterrar os medos e erros, de dar uma nova chance a vida, ao coração. A vida foi feita para aqueles que almejam mudança. Aquele amor foi enterrado em um lugar tão lindo, foi enterrado em um jardim cheio de flores coloridas e perfumadas, às vezes eu passo por lá, rego e podo os galhos ...
Outro dia eu pensei que você tinha me deixado, senti até saudade da sua companhia, mas hoje recebi noticias sua, fiquei feliz em saber do seu retorno. Já arrumei a minha casa, separei as velhas e boas músicas, vou preparar aquele bolinho que você tanto gosta, já coloquei as rosas no vaso... Aguardo o seu retorno, mas não traga o amor, quero sossego. Peço que me traga de presente mais felicidade.
Querida e amada inspiração, aguado ansiosamente seu retorno.
Não demore não, sinto tanta a sua falta que às vezes dói ta.

Da sua querida amiga,

Sú Ferraz

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aprendiz


É tão bom poder parar um pouco, analisar os gostos, repensar as atitudes. Jogar fora aquilo que não serve mais, retirar da vida tudo aquilo que trás sofrimento e infelicidade. Hoje eu penso no que eu deveria ter vivido se não fosse o medo de tentar, ousar e lutar, mas tudo é aprendizado.
E como uma aprendiz da vida, hoje mais do que nunca, eu quero aprender a ser feliz, mesmo que os dias não sejam alegres, mesmo que alguém diminua a minha esperança, mesmo que tentem acabar com meus sonhos e ideais ... Hoje, amanhã e depois, eu decidi buscar a felicidade.

Sú Ferraz

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Gotinhas de fidelidade




Céu enfeitado porque
Noite estava estrelada,
O coração alegre estava
Porque a felicidade por lá se fez morada
Alegria de viver
Porque descobrir a arte e doçura de ser
O tempo fez-me ver que a felicidade
Está em qualquer lugarejo,
Seja em um casebre ou em casarão
Em um campo ou em uma metrópole
Entre um simples ou entre um rico
A felicidade respinga suas gotinhas para todos
As portas do coração estão abertas
E a felicidade vem chegando, sem precisar pedir licença para adentrar

Sú Ferraz

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Frio, saudade e recordação


É quase final de primavera,
Só que os jardins não estão floridos,
O sol está escondido,
As pétalas não bailam pelo ar,
Os dias estão frios e o céu vem desaguando nos últimos dias.
É tão estranho, os dias frios trazem uma certa tristeza, um desanimo e muitas recordações.
A saudade é mais latente,
O coração fica apertado e dolorido
Recordo de tantos momentos felizes que vivi. Lembranças dos amigos que já não estão perto e a tristeza de algo que foi tirado dos meus sonhos.
Queria que todos os meus amigos estivessem bem petinho de mim. A presença deles alegraria essas tardes de primavera frienta.
Porque o amor é capaz de colorir qualquer escuridão, de aquecer o coração que anda gelado. O amor é capaz de transformar a tempestade em momentos bonitos.
Madrugada frienta,
E o coração pulsando saudade e recordando tudo aquilo que um dia trouxe felicidade para a sua dona.


Sú Ferraz

sexta-feira, 4 de novembro de 2011





Estrada a desbravar,
Flores e espinhos pelo caminho,
Felicidade, meta a conquistar,
Seguindo eu vou,
Desbravando decepções e tristezas,
Às vezes, desaguando, sigo a trilhar
Quando penso em parar, algo me motiva a seguir
Uma força que impulsiona-me a acreditar nos meus objetivos

Sú Ferraz

segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Passos lentos,
Os minutos demoram a passar,
Dias angustiantes,
pensamento longe,
nem as tardes de primavera conseguiram trazer de volta a minha alegria roubada ....


Su Ferraz

domingo, 30 de outubro de 2011

Um aninho de vida




Agradeço as tardes chuvosas,
As tardes ensolaradas,
A brisa leve de um fim de tarde,
Agradeço as histórias e estórias emprestadas por amigos e colegas,
Agradeço o Tempo por ter ensinado-me a amadurecer,
Agradeço ao amor por ter ensinado-me que o sofrimento gera aprendizado. Sofrer não é bom, mas é necessário.
Agradeço a vida e aos seus ensinamentos.
Agradeço o carinho e o afeto,
Agradeço até mesmo as tristezas que vivi. Elas inspiraram tantos escritos.
Quero agradecer a todos os leitores e a todos aqueles que foram fonte de inspiração dos meus rabiscos,
Desejo a todos os leitores,
Muita luz e vida.
Obrigada pela companhia.

Sú Ferraz

sábado, 29 de outubro de 2011

É hora de mudar





Hoje acordei ansiando por mudanças.
Olhei para meu rosto no espelho.
E disse para mim mesma: Hoje é um novo tempo, tempo de embelezar mais a vida.
Removi entulhos do meu ser,
Plantei flores no meu jardim,
Invoquei boas energias,
Arrumei a casa,
E fui à busca da felicidade.
Por muitas vezes, eu deixei-me vencer pelo medo do novo.
Hoje eu tenho medo daquilo que eu conheci.
Hoje é um dia de mudar, inovar, harmonizar.
Hoje é um dia de cores e sabores.
Hoje é o dia que eu descobri que apesar de todo e qualquer sofrimento,
Apesar de qualquer decepção ou mágoa,
Devemos comemorar ao máximo todo pôr-do-sol,
Brincar todas as manhãs,
Olhar as estrelas do céu, se possível umas cem vezes.
Se você cansou de viver sendo esnobado.
Cansou de amar sozinha.
Cansou de ser sempre a bobinha.
Então, deixe os bons ventos soprarem em sua direção,
E que a beleza do viver alegre todos os dias cinzentos da vida.

Sú Ferraz

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vazio




Nuvens escuras pairaram sobre o meu tempo,
Olho para todos os lados e não vejo um refugio,
A paciência esvaiu-se,
A tempestade vem chegando,
E procuro abrigo no vazio do meu quarto,
Dia estranho...
Dia tristonho...

domingo, 2 de outubro de 2011




Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...

... Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.


Mario Quintana

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Recomeçar




Não importa onde você parou …
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo…
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para “chegar” perto de você.
Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você que chegar?
Ir alto… sonhe alto…
queira o melhor do melhor…
pensando assim trazemos pra nós aquilo que desejamos…
Se pensarmos pequeno coisas pequenas teremos ….
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar em nossa vida.
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Frio, chá e música






Dias com o aspecto nostálgico,
Céu decorado por nuvens escuras,
A sensibilidade torna-se mais tocante,
Tempo propício a reflexão,
Os rabiscos estão soltos pelo ar ou presos a folhas,
Um gostinho de saudade bate forte em meu coração,
A música fez-me um convite, ela quer embalar minhas emoções,
O barulhinho do vento, a fragilidade, o medo, a tristeza e a esperança, compõem os versos da minha trilha sonora para os dias de frio
E dentro do meu refugio, ao som de Los Hermanos e acompanhada por uma xícara de chá,
Tento aquecer o meu ser,
E acalentar meu viver.


Sú Ferraz

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O novo






Cheirinho de flores pelo ar,
Casa arrumada,
Felicidade dominando o território,
Sorrisos cheios de ternura,
Fé no que há por vim,
Sonhos de um mundo mais harmônico,
Sol, calor e cor
É setembro,
É tempo de plantar coisas mágicas,
Hoje o dia amanheceu mais bonito,
O céu está tão azulzinho,
O sol gargalhando pela felicidade daqueles que aprenderam a transmitir alegria.
A noite, as estrelas apareceram para iluminar o céu dos sonhadores,
Tudo mudou,
Ela acabou de chegar,
Quem chegou?
A primavera.



Sú Ferraz

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Minha inspiração



Brisa leve,

Uma gota caindo do céu,

Gargalhadas,

Cores,

Amigos,

Fantasias,

Sonhos,

Desilusões,

Amor e [des] amor,

Imaginação,

Cheiro,

Saudade,

Dor,

.........................................

Juntei tudo isso e mais um pouco,

Procurei fazer trocadilhos com a vida,

Viajei por nuvens coloridas e tempestades,

Nadei contra o marasmo,

Tive dias de maresia e outros de tormentos,

Do suspirar, um verso,

Do amor, uma canção,

Do viver, uma arte.


Sú Ferraz

domingo, 18 de setembro de 2011




A Dor


Em o horror desta muda soledade,
Onde voando os ares a porfia,
Apenas solta a luz a aurora fria,
Quando a prende da noite a escuridade.
Ah, cruel apreensão de uma saudade!
De uma falsa esperança fantasia,
Que faz que de um momento passe a um dia,
E que de um dia passe à eternidade!
São da dor os espaços sem medida,
E a medida das horas tão pequena,
Que não sei como a dor é tão crescida.
Mas é troca cruel, que o fado ordena;
Porque a pena me cresça para a vida,
Quando a vida me falta para a pena. 
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Gregório de Matos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Palavras
Chegam ao ouvido, e viram música Diante dos olhos, são poesias Dançam, Saltitam, E como brisa leve, Enche de esperança Aqueles que as lêem Palavras... Tão somente palavras Palavras carinhosas que colorem a alma, Que brindam a vida e gera amizades Palavras cheias de ternura são capazes que preencher algum vazio no espaço sagrado, O Coração. Te mando palavrinhas cheias de ternura e coragem. Sú Ferraz
Setembro
Primavera chegando Esperança renovando Essência de rosa no ar Estação propicia para amar Que setembro seja mais doce que agosto, Que os dias possam ser mais perfumados do que as flores Que o sol ilumine a vida dos descrentes Que a vida ganhe mais gotinhas de felicidade E que setembro espalhe esperança nos corações desiludidos Um doce setembro para todos. Sú Ferraz

domingo, 4 de setembro de 2011






Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou se entender não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.

Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim… Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.

No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio – é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, as minhas histórias serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote. É a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.

Agora em silêncio, ensinando dragões a nadar.

.Rita Apoena

sábado, 27 de agosto de 2011

Falsidade






“Amigos” de momento, de conveniência,
Pessoas que em determinados momentos encanta-nos com palavrinhas que transmitem conforto e tranqüilidade, e em suas mentes maquiavélicas armam planos capazes de destruir sonhos.
“Falsos amigos” são lobos tenebrosos aparentemente disfarçados na pele de bondosas ovelhas.
Falsidade é erva daninha, causa dores, sofrimento, doença e destruição.
Vez enquanto é preciso sacudir a árvore da amizade e esperar que os frutos podres possam cair.



Sú Ferraz

domingo, 7 de agosto de 2011

Ilha





Há um lugar que ninguém conhece
Dentro de mim
Sei que é muito úmido
E pousam algumas borboletas
em quando

Plantas espalham-se desordenadas
Tudo é estranho e obscuro
Tem umas pedras encantadas
Uns caracóis, beija-flores
Refletidos numa luzinha colorida
Que vem do meu umbigo
Dos lados
o caos do universo
consumivelmente humano
Tornou-se ilha
Mas não é só isso
Que eu quero dizer
É que eu tenho medo
Nas noites frias
Tenebrosas
Nesse lugar que em mim
Ninguém conhece
Não moram pessoas
Não passam carros
Nem uma saída
Nem sei se é paz ou solidão ...

Elder Oliveira
* Livro - Malungos e Vapores & Outros POemas

quarta-feira, 27 de julho de 2011






Nem se fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.

Rita Apoena

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A vida num papel em branco


Nessa madrugada eu quis escrever toda minha vida e depois olhar ela no espelho, eu olhei todo o meu silencio ao redor parecia à vida que ali se findava, no radio uma canção já tão esquecida desabrochando em saudades as minhas feridas. Nessa madrugada tentei ver minha vida num papel, mas o papel em branco não tinha nada e nada ficou em mim nessa madrugada fria e de solidão.

Joabes Rodrigues

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Felicidade, onde moras?




Tantas andanças,
Tantas quedas,
Tantas sementes plantadas.
Muitos frutos colhidos,
Atravessei tempestades,
Ventanias,
Dias de calor intenso.
Atravessei pontes, oceanos
Sai de mim e doei-me o melhor do meu ser
Corri,
Gritei,
Chorei,
Implorei.
Fiz promessa, reza braba,
Sonhei, ora dormindo, ora acordada,
Tentei sair da ilusão,
E a solidão resolveu me acompanhar.
Há tanto tempo ando atrás de uma tal felicidade (sem idade para ser feliz)
Ela se esconde de mim,
Já atravessei tantos obstáculos,
Já percorri tantos quilômetros,
Já derramei um rio de lágrimas,
E ainda não achei essa mocinha tão encantadora, A Felicidade
Felicidade, onde moras?
Por favor, deixe-me te encontrar
Preciso tanto de você

Sú Ferraz

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nandinha e a lesma Wendy




No vale encantado das Borbopongas, morava a ingênua, meiga, generosa e prestativa Nandinha. Uma jovem que sempre estava a serviço de todos, não poderia ver alguém sofrendo que se dispunha a ajudar. Às vezes ela queria estar em vários locais ao mesmo tempo para ajudar alguém. Mocinha super, mega, ultra, hiper solidária.
No mesmo vale vivia a esperta, engraçada e conselheira Wendy. Era uma lesminha fofinha que vivia distribuindo seus ensinamentos às criaturas do Vale das Borbopongas. Ela era muito diferente de Nandinha, não acreditava muito na bondade dos outros, não era uma lesma efusiva e nem bobinha.
Toda vez que Wendy encontrava com Nandinha pelo bosque ela dizia:
- Querida Nandinha, seja mais esperta. Cuidado com tanta bondade porque os bonzinhos só se ferram. Ajude o próximo, mas não se doe tanto.
Nandinha só ria e toda vez que alguém fazia algo de ruim a ela, só vinha à mente o que a lesminha dizia e ela automaticamente fazia xingamentos a sua pessoa “eu sou otária mesmo, véi”.
Nandinha namorava um príncipe de outro reino, residia no Vale do Recreio, príncipe Ju. Ele também alertava a plebéia sobre sua generosidade com o próximo e sempre que alguém humilhava a sua ama ele dizia: Sua thonga, boca aberta, até quando servirá de tapete para os outros?
Nandinha era estudiosa. No cursinho em que estudava, ela vivia a emprestar seu caderno à coelhinha Jujuba. Jujuba usava e abusa da boa vontade e do caderno da moça e nem agradecia pelo empréstimo.
Wendy não compreendia o jeito daquela garotinha. Ela dizia que ficava enjoada com tamanha bondade e apelidou-a de Madre Nandinha de Calcutá, a plebéia generosa. Certo dia, a lesminha saiu a passear e deparou com uma mocinha magrela e de cabelo ruivo humilhando Nandinha. Ela ficou indignada, não com a humilhação e sim porque ela não se manifestava. Wendy ficou nervosa com o excesso de idiotice em uma repentina revolta deu uma voadora em Nandinha.
A lesminha gritava horrores e Nandinha chorava. Wendy com uma força surpreendente derrubou a moça no chão e sentou na barriga dela e falava em alta voz:
Quantas vezes eu te falei que sua bondade não iria te levar a lugar nenhum?
As pessoas te fazem de palhaça e você não tem reação. Até uma criança de 3 anos passa a rasteira em você. Até eu, um ser de 10 centímetros te derrubei... kkkkkkkkkk
Acorde para vida, sua otária, sonsa.
De repente se aproxima uma menininha loira chamada Rararara e diz:
Gente boazinha só se Fo... Nandinha
Wendy, muito cansada das bofetadas proferidas contra Nandinha, se retirou e saiu resmungando “Oh generosidade! Espero que os tabefes que eu te dei tenham servido para algo. Da próxima vez, eu e minha gangue iremos te dar uma lição, sua otária. Veja meu tamanho, Nem eu que sou uma lesma sou vítima de tantos abusos. Não me engano com as pessoas. Odeio gente dada demais. Você quem deveria ser uma lesma e não eu”

*Ninguém nasceu para ser tapete ... cada um nasce para ser estrela. Somos pedras preciosas e não devemos deixar que ninguém nos humilhe a ponto de sermos comparados a simples cascalhos (pedra sem valor)

Sú Ferraz

sábado, 2 de julho de 2011

Amor é um tóxico


Amor é um tóxico

Amores, amores e ilusões
Amar é bom?
Bom para quem?
Para mim que não foi
Maldito sentimento,
Que corroeu minha alma,
Estraçalhou meu pequenino coração,
Acabou com os estoques de lágrimas contidos em meus olhos,
E os meus sonhos?
Ah, esses não são tão dóceis como antes,
Hoje eu acordo apavorada com medo do tal de amor
Amor é uma merda, uma droga, um tóxico
Maldito sentimento, maldito dia em que eu pedi ao Dono do mundo tal sentimento
Ah, se eu soubesse que iria sofrer tanto
Jamais teria implorado o amor de alguém
Hoje eu só lamento o tempo perdido,
As noites não dormidas,
O desperdício que eu fiz da minha nobre vida a espera de um príncipe encantado
Um príncipe que virou um sapo rajado que mora em um brejo bem feio e sujo
Amor? Príncipe encantado?
Bobagens
Algo que só se encontra em conto de fadas
E nem em tais contos inúteis e fúteis eu acredito
Vou vivendo,
E estou fazendo um tratamento seriíssimo contra uma droga cujo nome é AMOR

*Baseado em conversinhas com amigas
Sú Ferraz

quinta-feira, 30 de junho de 2011


"Existem coisas que, sozinhos, não conseguimos mudar. Eu sempre fico triste quando vejo alguém jogado na rua, à margem desse sistema. Masse eu ficar triste, só triste, eu serei mais uma a aumentar as tristezas nomundo. E a tristeza só consegue nos deixar fracos e inertes. O que o mundoprecisa é de um exército de gente feliz, capaz de doar um pouco de si e do quesabe, capaz de fazer a diferença na vida de algumas pessoas. Meus braços não sãodo tamanho do mundo, mas foram feitos no tamanho exato de abraçar alguém."

Rita Apoena

segunda-feira, 27 de junho de 2011

“Os sofrimentos endurecem nossos corações”

Dedicado a Stela




Tantas lágrimas que caíram dos olhos em vão
Tantas noites desperdiçadas pensando em alguém que nem ao menos me notava
Tanto tempo perdido
Tantos dias sacrificados
Perdi as contas das dores que um tal de amor me proporcionou
Tantas foram as vezes que fui feita de palhaça
Humilhada por pessoas tão esnobes
Houve um tempo que eu cheguei a acreditar em um amor
Tempo que eu acreditava fielmente na bondade das pessoas
Acreditei que amigos não traiam
Que o mundo era perfeito
Que o meu jeito tão meigo de ser, era o diferencial em um mundo desumano
Acreditei que todos que pregavam o cristianismo, eram seres mais humanos
Acreditei em contos de fada
Acreditei em contos românticos
Um tempo
Em que eu não via a maldade nas pessoas
E que todo mundo era gente boa
Houve um tempo que eu chorava por tudo
Hoje choro por quase nada
O meu coração já viveu e respirou amor
Um amor que foi menosprezado
E eu nem sei o motivo
Já me achei feia
Insignificante
Boba, sonsa, infantil...
Mas diante de tudo o que eu vivi
E diante de todas as decepções, de amores não vividos, de menosprezos
Diante de uma sociedade excludente
Diante da falsidade do próximo
E por todas feridas e lágrimas que marcaram profundamente alguns anos de minha existência
Hoje meu coração encontra-se endurecido pela vida
Eu não optei por isso
Foram as circunstâncias que o fizeram assim
Mas eu não sou uma pessoa amarga
Pelo contrário sou feliz
Amo, vivo, riu, tenho amigos, tenho fé
Eu vivo porque tenho esperanças de um mundo mais humano
E de pessoas mais verdadeiras
Um mundo em que a essência seja a felicidade
E o sabor dosado, nem muito doce e nem muito amargo
Meu coração não virou uma pedra
Ele só parou de viver um carnaval, um mundo de fantasias
E passou a viver num mundo real com dores, cores, sofrimentos, alegrias...
Meu coraçãozinho continua a pulsar
Porém o sofrimento o endureceu mais
Porque se aprende muito mais com as dores da vida
Do que com a felicidade instantânea
E acredite
Isso me fez bem.

Sú Ferraz

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Solidão




Já passam dos 50 primeiros minutos da madrugada de uma quinta-feira de maio
Não uma quinta-feira qualquer,
Afinal, nem um dia é qualquer coisa.
Um dia é sempre uma vitória. Às vezes, viver pesa e dói
Eu bem que queria que todos os dias fossem regados de muita alegria
Mas infelizmente não é.
Há alguns dias que venho pensando a respeito da solidão
A solidão de se encontrar verdadeiramente só
De pensar que ninguém te compreende,
Que sua família não te ama,
Que os amigos esqueceram de você.
A solidão dói,
Causa um vazio e sofrimento,
Os dias demoram a passar
A vida perde o sentido,
Dá vontade de ficar trancado em um lugarzinho em que ninguém possa perturbar.
Aquelas velhas músicas tornam-se sua companhia fiel
A angustia toma conta do seu ser.
Há momentos que tudo que precisamos é de um olhar, um cafuné, um abraço, um colo, carinho, um Eu gosto de você.
A solidão vicia,
Às vezes, parece uma doença incurável.
Lágrimas e dores simbolizam perfeitamente este momento.
Mas a cada dia que eu amanheço solitária,
Eu olho para mim, ergo a cabeça
E acredito que vale a pena viver,
Que o meu melhor não poderá ser derrotado por minha pequenez,
Retiro minhas forças de um lugar que nem eu sei definir,
Limpo as minhas lágrimas
Ponho um sorriso nos lábios,
E acredito em mim e, sobretudo, naquilo de bom que Deus reserva para o meu ser.
Quando a solidão bater a sua porta, acredite que, em seguida, aparecerá uma daquelas visitas agradáveis e, em pouco tempo, esta visita incômoda chamada solidão irá embora.
Lembre-se que a vida jamais será recheada de coisas maravilhosas.
A cada dia é reservada uma batalha. Algumas vezes você sairá ferido e derrotado. Em outras, sairá vencedor. Porém sempre sairá carregando marcas eternas de cada batalha travada.
Infelizmente, a vida não é um conto de fadas, é real e fere. Deixa cicatrizes.
Apesar de tudo, a vida é um dom e um presente. Que sentimentos negativos não tirem sua esperança e nem te faça desacretidar no melhor que Deus tem para você
E como diz Caio Fernando Abreu: “ Aprenda uma coisa: Se a vida ta te batendo tanto, é porque tu agüenta, é porque tu és forte."

Sú Ferraz

quinta-feira, 2 de junho de 2011




"Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz."

"Ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo folhas lá bem ao sul e, ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens, ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como eu devoraria, você ah se ousássemos."

"Desde que ganhei meu PhD em desilusão amorosa, tenho me divertido como nunca".

"Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois."

"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"

"Faz frio hoje. O inverno está chegando. Estranho, o inverno sempre me deixa um pouco mais profundo. Me volto para dentro de mim mesmo, tenho a impressão exata de que me pareço com um dos plátanos da praça aí de baixo: hirto, seco, mas guardando alguma coisa por dentro. Quem sabe se essa tristeza que tenho, tão parecida com esse frio envergonhado de não ser frio — quem sabe, se não é apenas o derrubar das folhas?"

"Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada"

"Ficar bem nem sempre deixa outras opções . É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar . É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada . É o nada que você optou para parar de sentir dor . No início você briga, chora, faz drama mexicano . Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas . Acostuma-se ... Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução . No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser . Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros" .

* hoje viver tem me doido tanto, Caio

terça-feira, 31 de maio de 2011

As lágrimas não alimentam


Às vezes, me pergunto o porquê de o ser humano chorar tanto.
Lágrimas não curam,
Não libertam,
Não criam sonhos,
Não criam amores,
Não combate o envelhecimento.
Muito pelo contrário
As lágrimas pioram o humor,
Borram a maquiagem,
Acabam com o brilho que outrora estavam presentes em um olhar,
Tiram a alegria do viver,
Deixar o ser de baixo astral.
Chorar pra quê?
Chorar por alguém?
Não vale a pena derramar nenhuma gotícula dos seus olhos por um alguém que não sabe reconhecer o valor que tu tens.
Afinal,
As lágrimas não alimentam ninguém

Sú Ferraz

Dedicado a Nanda e Rai

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nina, a ciclista


Todas as manhãs, Nina acorda torcendo para que o céu esteja todo azul e que o sol não esteja abusando do seu calor e nem do seu brilho. Logo que levanta da sua cama, ela vai até a janelinha do seu quarto, sempre fecha seus olhinhos antes de abri-la e ao ver aquele dia lindo, ela vibra de felicidade.
Em um passo de mágica, a mocinha se arruma e está pronta para sair pedalando. A menininha sai pelas ruas a pedalar. Sempre ouvindo música, soltando sorrisos, olhando tudo a sua volta, cultuando a natureza, Nina vai pedalando pelo seu mundinho.
Ela colore as ruas por onde passa com a sua graciosidade, deixa o local mais harmônico com as músicas que escuta. A cada pedalada, a mocinha tinha a sensação de estar desbravando seu mundinho. Nina é uma menina sonhadora, para ela, cada rua deveria possuir jardins para alegrar e perfumar a vida daqueles que passassem por aquele local.
Nina procurava o amor nas coisas singelas da vida. Chorava pouco e ria o suficiente. Era uma efusão de ternura e determinação. Não acreditava em qualquer tipo de amor, principalmente em amor provindo de um homem. Ela vivia feliz e não deixava de crer na felicidade.
Enquanto pedalava, ouvia música e viajava em sua imaginação. Via um mundo com outros olhos, um mundo [re] criado e [re] visto de cima de uma bicicleta. Todas as manhãs, ela acordava acreditando que o mundo poderá ser melhor e que o amor não se transforme em um sentimento banal, que o EU TE AMO possa ser puro e sincero, que as pessoas possam ser mais verdadeiras, que a vida tenha dosagens de sentimentos belos e fraternos.


Sú Ferraz

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pedidos


Que o medo se afaste de mim,
Que a esperança possa ser a mais suave melodia da minha vida,
Que os sonhos adocem meu ser,
Que os amigos continuem sendo estrelas que iluminam meu mundinho,
Que meu sorriso seja a porta de entrada para a felicidade,
Que eu viva a vida com mais intensidade,
Que o amor alegre meu pequenino coração,
Que as flores exalem mais perfume,
Que a solidão me faça amadurecer,
Que os dias tenham mais alegria,
Que o céu permaneça estrelado durante todas as noites,
Que a poesia prevaleça em mim,
Que eu possa ser mais paciente e acreditar naquilo que provém de Deus, chega devagar e na hora exata.


Sú Ferraz

domingo, 15 de maio de 2011

Ser Poeta



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Saudade



Durante uma madrugada fria e estrelada de uma sexta-feira santa,
Observo as nuvens que por algumas vezes cobriram e outras vezes descobriam o céu.
Aquele momento deixou-me nostálgica e melancólica
Fui levada a recordar aquilo que me trazia saudade,
Sinto saudade de tanta coisa,
Saudade de um cafuné e um colo,
Saudade dos amigos distantes,
Saudades de conversar mais com Papai do céu,
Saudades da simplicidade da vida.
Saudades de quando existia mais pureza em meu coração,
Saudade de ser criança,
Saudade de ser mais verdadeira,
Saudade de quando eu não tinha pressa de que o dia findasse.
Saudades de tantos que se partiu para a morada celestial.
Sinto tanta saudade de coisas que nem existiram.
Saudades de quando eu acreditava que as estrelinhas eram anjinhos e tinham o poder de realizar desejos.
Saudades de um amor que poderia ter me feito mais feliz.
Sinto saudades de mudanças, de novos horizontes e de novas plantações.
Sinto tanta falta de um abraço no friozinho da madrugada.
Saudade de um Eu Te Amo.
Saudades daquelas músicas que me faziam sonhar por um mundo tão fantástico.
Sinto saudade de andar descalça pelos jardins e colher margaridas no quintal de casa.
Saudades... Saudade... Saudades
Falta... Sinto... Sinto tanta falta
A saudade e a falta deixaram-me deprimida.
A saudade tem o poder de nos levar no mais profundo dos nossos pensamentos.
Dias nostálgicos
Dia de reflexão
Momento em que me encontro deprimida, cansada das lágrimas que tanto rolaram pela minha face e foram em vão.
Coração bagunçado,
Madrugada fria.
Saudade do que vivi e do que eu poderia ter vivido.

Madrugada fria de um sábado do mês de abril

Sú Ferraz

sábado, 7 de maio de 2011

"Você existe, eu sei"


Há tanto tempo meu coração
Procura um alguém para alegrá-lo,
Um alguém que o faça
Palpitar com mais energia,
Que faça com que os olhos da dona deste nobre coração
Brilhe com intensidade,
Que o sorriso desta moça, seja faceiro,
Que ela exale alegria por onde passares.
Esse alguém existe, eu sei.
Não sei aonde encontrá-lo,
Não sei como ele é,
Nem ao menos onde moras,
Mas eu sei que ele existe.
Em alguma viela,
Em alguma praça,
Em algum jardim,
Em algum lugar, eu sei ele está.
Estará onde meus olhos não conseguem enxergar.
E que meu coração não sinta
Mas eu sei, ele existe
Não sei a sua idade
Nem o seu nome
Nem do que gosta
Como você é?
Do que gosta?
Em qual lugar deste mundo você está?
Sinto a falta daquele que eu ainda não encontrei
Só te peço
Não demores,
Sinto sua falta
Já “amo o que eu não sei de você”
Eu sei que você existe
Eu sei que em breve
Eu te encontrarei
E seremos dois seres
Em um só corpo.

Sú Ferraz

*madrugada calorosa de uma quinta-feira, ao som da música Quebra cabeça de Oswaldo Montenegro e inspirada pela Música Você existe, eu sei de Biquine Cavadão

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A menina do laço rosa

Ficava da janela da varanda da minha casa admirando a doçura daquela mocinha que usava um laço rosa no cabelo. Quase todos os dias, ela passava em frente a minha casa sempre no mesmo horário. Era uma menina pequenina, moreninha, cabelo curto e encaracolado, tinha cheiro de flor e o sorriso brilhava como o pôr-do-sol. Por muitas vezes eu acordava com os olhos cansados de uma noite maldormida, tinha dias que não tinha como emitir um sorriso sequer. E essa menininha fazia meus dias feios em dias alegres. O olhar dela penetrava em mim e sem ao menos uma palavra, ela dizia “o dia tem que ter gosto de chocolate e cheirinho de chiclete” engraçado, né? Mas era assim que ela me dizia pelo seu meigo olhar. Então, eu comecei a seguir o conselho dela. O dia poderá começar nublado, mas eu farei o máximo para que o sol brilhe com toda intensidade possível. A tristeza vai aparecer, mas eu a pintarei com as cores mais alegres que existirem. A menina do laço rosa deixou marcas eternas em mim, ensinou-me que a vida é simples como o sorriso e tem cheirinho gostoso como o de um chiclete. A vida foi feita para aqueles que têm a coragem e correr atrás dos seus desejos.
Suerlange Ferraz

segunda-feira, 18 de abril de 2011


Poetas e profetas.
Ricardo Gondim.

Qual a diferença entre poetas e profetas? Nenhuma.
Deus é poeta porque gosta de comunicar-se com versos e metáforas. Sua linguagem, carregada de símbolos, é hermética, misteriosa, para o coração cru. Para entendê-lo, precisa-se de ouvidos espirituais, sensíveis ao êxtase transcendental. Quando Deus declama o universo baila.

Os olhos de Deus procuram homens e mulheres que se disponham a encarnar seus sentimentos. Todo profeta foi chamado e enviado por Deus. Porque seu compromisso é com a vida, só a vida, Javé levanta homens e mulheres que se indignam com a sordidez, mas apaixonados com o sublime. Portanto, toda linguagem poética é profecia. Sua vocação sangra no texto, a expressão rítmica do coração de Deus vaza na tinta de sua pena. O poeta pressente o que deveria ser, mas não é; vê-se compelido a re-encantar os desanimados, a curar os desesperançados, a destilar beleza de mundos imaginários em terras áridas.
A matéria prima do profeta é a poesia. Como um artesão de cristais, o profeta maneja as palavras de maneira simples, mas com delicadeza mágica. Ele deseja mostrar que o cotidiano, com suas contradições perversas, poderia seguir outra estrada. O profeta se despeja no texto como óleo perfumado, faz-se lenho do fogo que aquece a história. Desejoso de trazer os extremos numa síntese que promova o bem, não esquece que o único absoluto é o amor, que o único bem é vida e que o único alvo é a valorização do instante.
Poetas e profetas rejeitam redomas, estufas, viveiros, gaiolas. Eles trocam os tapetes pelo chão batido. Solitários, só obedecem o compasso do próprio coração; indomáveis, revoltam-se com o ordinário; irrequietos, perturbam o normal.
Poetas e profetas não defendem reputação. Alvos fáceis dos ímpios quando negam a história – só as gerações futuras lhes fazem justiça. Pedras do meio do caminho, chateiam; indestrutíveis, semeiam trigo que se fará o pão do idealista, do revolucionário.
Poetas e profetas são contraditórios. Jonas era compassivo e ranzinza; Fernando Pessoa, repleto de heteronômios, otimista e pessimista; Drummond, ateu e crente; Oséias, ingênuo e perspicaz; Vinicious, puro e devasso; Chico Buarque, gênio e banal. Todos, algemados pelo amor, sentem-se livres para vivenciar as inconsistências humanas.
Poetas e profetas são alquimistas. Fazem das palavras poções que encantam; seus feitiços temperam a vida. Os profetas criam sabores exóticos. Usam verbos fortes e inebriam a imaginação. Só eles conhecem o segredo de transformar o transcendental no plausível.
Poetas e profetas são alados; vivem nas nuvens, mantêm perene parceria com os anjos; adoram no silêncio das montanhas; escutam a bruma dos vales; agasalham-se sob o manto platinado da lua. Os poetas não temem ausências, a solidão não lhes amedronta. Profetas são selvagens como os tigres e os poetas, enigmáticos como as águias.
Poetas e profetas nasceram no pé do arco-íris; resgatados do Nilo, crescem como príncipes; sensíveis, choram com o ponteio da harpa; tornam-se parceiros dos humildes, dos mansos e dos puros de coração. Contudo, o destino deles é a cruz.

sexta-feira, 25 de março de 2011




“Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?”

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Contos da rua




Há alguns dias, eu estava deliciando-me em palavras com uma colega, quando surgiu um andarilho. Um cara jovem, alegre, vencido e destruído pelo alcoolismo. Ele se aproximou, deu uma risada e começamos a conversar. De repente, surgiram duas figuras, duas mulheres. Uma muito alegre, ria de tudo e a outra eu diria um tanto amarga, resmungona, uma mulher que carrega as dores e feridas de uma vida marcada pela exclusão de uma sociedade que não visualiza os exclusos da sociedade.
Por alguns segundos, eu fiquei me perguntando quem seriam aquelas figuras.
Uma delas gentilmente me chamava de fofinha.
A outra, com uma expressão amarga me chamava de sujeita.
E o rapaz, olhava para mim e dizia para as mulheres “ta vendo aí, é gente boa, viu?”.
Me surpreendi quando ele falou, “essas aí são minhas muié”.
A princípio, eu fiquei muito surpresa e depois refleti um pouco:
Os três vivem juntos,
Vagam pela cidade, sem um lugarzinho fixo
Alimentam-se das migalhas oferecidas por alguém
São motivos de piadas e violência
São privados de uma vida digna
Por muitas vezes são privados de sonhos
Mas não são privados da felicidade
E por incrível que pareça
Eles amam
Um amor que eu não sei explicar
Um homem feliz, uma mulher sorridente e outra mulher carrancuda
Três vidas, um triângulo amoroso
Três seres e um amor
Três pessoas e uma realidade
E eu tão descrente no amor, percebi que
O amor pode surgir em qualquer viela
Em qualquer meio social
Mas para que ele aflore é preciso que façamos do nosso coração o lugar mais puro e singelo do mundo.

Rascunhos elaborados durante as andanças pela praça.


Sú Ferraz

sábado, 8 de janeiro de 2011

Aos futuros universitários






Tempo de aprender e [re] aprender,
Tempo de sonhos e algumas utopias, rsrsrs
Tempo de adquirir mais conhecimento e emprestar sabedoria
Tempo transformações
Um tempo prazeroso e doloroso
É assim a vida de um universitário
Cansaço, correria, brincadeiras, novas amizades, novas descobertas
E serão anos inesquecíveis em sua vida
Você aprendera muito
“porque aprender dói"
mas é uma dor gostosa
Enfim, parabéns por essa conquista
Força e coragem
Fé e determinação
E a cada obstáculo lembre-se " A determinação deve ser mantida a cada obstáculo.”

Sú Ferraz

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um aperto de mão




Vestida com a cor da paixão
Com a alma enfeitada de alegria
Com os sonhos e desejos aguçados
Com o sorriso de menina-muleca estampado na face
Com as resenhas de cada dia
 Com os amigos, essência da vida
E com o encontro de duas mãos,
Que formaram um encontro [des] necessário de dois corpos
Proporcionando um singelo aperto de mão
A [perto] de mãos que simbolizaram
Desejos de um ano feliz
De vibrações positivas
Em minhas mãos ficaram a essência e a vibração contida nas mãos em que eu apertei
Os primeiros dias do ano
Resumiram-se em risos, resenhas, amigos, desejos, abraços, encontros, [des] encontros
E infinitos apertos de mãos

Sú Ferraz