quinta-feira, 2 de junho de 2011




"Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz."

"Ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo folhas lá bem ao sul e, ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens, ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como eu devoraria, você ah se ousássemos."

"Desde que ganhei meu PhD em desilusão amorosa, tenho me divertido como nunca".

"Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois."

"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"

"Faz frio hoje. O inverno está chegando. Estranho, o inverno sempre me deixa um pouco mais profundo. Me volto para dentro de mim mesmo, tenho a impressão exata de que me pareço com um dos plátanos da praça aí de baixo: hirto, seco, mas guardando alguma coisa por dentro. Quem sabe se essa tristeza que tenho, tão parecida com esse frio envergonhado de não ser frio — quem sabe, se não é apenas o derrubar das folhas?"

"Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada"

"Ficar bem nem sempre deixa outras opções . É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar . É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada . É o nada que você optou para parar de sentir dor . No início você briga, chora, faz drama mexicano . Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas . Acostuma-se ... Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução . No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser . Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros" .

* hoje viver tem me doido tanto, Caio

Nenhum comentário:

Postar um comentário