terça-feira, 31 de maio de 2011

As lágrimas não alimentam


Às vezes, me pergunto o porquê de o ser humano chorar tanto.
Lágrimas não curam,
Não libertam,
Não criam sonhos,
Não criam amores,
Não combate o envelhecimento.
Muito pelo contrário
As lágrimas pioram o humor,
Borram a maquiagem,
Acabam com o brilho que outrora estavam presentes em um olhar,
Tiram a alegria do viver,
Deixar o ser de baixo astral.
Chorar pra quê?
Chorar por alguém?
Não vale a pena derramar nenhuma gotícula dos seus olhos por um alguém que não sabe reconhecer o valor que tu tens.
Afinal,
As lágrimas não alimentam ninguém

Sú Ferraz

Dedicado a Nanda e Rai

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nina, a ciclista


Todas as manhãs, Nina acorda torcendo para que o céu esteja todo azul e que o sol não esteja abusando do seu calor e nem do seu brilho. Logo que levanta da sua cama, ela vai até a janelinha do seu quarto, sempre fecha seus olhinhos antes de abri-la e ao ver aquele dia lindo, ela vibra de felicidade.
Em um passo de mágica, a mocinha se arruma e está pronta para sair pedalando. A menininha sai pelas ruas a pedalar. Sempre ouvindo música, soltando sorrisos, olhando tudo a sua volta, cultuando a natureza, Nina vai pedalando pelo seu mundinho.
Ela colore as ruas por onde passa com a sua graciosidade, deixa o local mais harmônico com as músicas que escuta. A cada pedalada, a mocinha tinha a sensação de estar desbravando seu mundinho. Nina é uma menina sonhadora, para ela, cada rua deveria possuir jardins para alegrar e perfumar a vida daqueles que passassem por aquele local.
Nina procurava o amor nas coisas singelas da vida. Chorava pouco e ria o suficiente. Era uma efusão de ternura e determinação. Não acreditava em qualquer tipo de amor, principalmente em amor provindo de um homem. Ela vivia feliz e não deixava de crer na felicidade.
Enquanto pedalava, ouvia música e viajava em sua imaginação. Via um mundo com outros olhos, um mundo [re] criado e [re] visto de cima de uma bicicleta. Todas as manhãs, ela acordava acreditando que o mundo poderá ser melhor e que o amor não se transforme em um sentimento banal, que o EU TE AMO possa ser puro e sincero, que as pessoas possam ser mais verdadeiras, que a vida tenha dosagens de sentimentos belos e fraternos.


Sú Ferraz

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pedidos


Que o medo se afaste de mim,
Que a esperança possa ser a mais suave melodia da minha vida,
Que os sonhos adocem meu ser,
Que os amigos continuem sendo estrelas que iluminam meu mundinho,
Que meu sorriso seja a porta de entrada para a felicidade,
Que eu viva a vida com mais intensidade,
Que o amor alegre meu pequenino coração,
Que as flores exalem mais perfume,
Que a solidão me faça amadurecer,
Que os dias tenham mais alegria,
Que o céu permaneça estrelado durante todas as noites,
Que a poesia prevaleça em mim,
Que eu possa ser mais paciente e acreditar naquilo que provém de Deus, chega devagar e na hora exata.


Sú Ferraz

domingo, 15 de maio de 2011

Ser Poeta



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Saudade



Durante uma madrugada fria e estrelada de uma sexta-feira santa,
Observo as nuvens que por algumas vezes cobriram e outras vezes descobriam o céu.
Aquele momento deixou-me nostálgica e melancólica
Fui levada a recordar aquilo que me trazia saudade,
Sinto saudade de tanta coisa,
Saudade de um cafuné e um colo,
Saudade dos amigos distantes,
Saudades de conversar mais com Papai do céu,
Saudades da simplicidade da vida.
Saudades de quando existia mais pureza em meu coração,
Saudade de ser criança,
Saudade de ser mais verdadeira,
Saudade de quando eu não tinha pressa de que o dia findasse.
Saudades de tantos que se partiu para a morada celestial.
Sinto tanta saudade de coisas que nem existiram.
Saudades de quando eu acreditava que as estrelinhas eram anjinhos e tinham o poder de realizar desejos.
Saudades de um amor que poderia ter me feito mais feliz.
Sinto saudades de mudanças, de novos horizontes e de novas plantações.
Sinto tanta falta de um abraço no friozinho da madrugada.
Saudade de um Eu Te Amo.
Saudades daquelas músicas que me faziam sonhar por um mundo tão fantástico.
Sinto saudade de andar descalça pelos jardins e colher margaridas no quintal de casa.
Saudades... Saudade... Saudades
Falta... Sinto... Sinto tanta falta
A saudade e a falta deixaram-me deprimida.
A saudade tem o poder de nos levar no mais profundo dos nossos pensamentos.
Dias nostálgicos
Dia de reflexão
Momento em que me encontro deprimida, cansada das lágrimas que tanto rolaram pela minha face e foram em vão.
Coração bagunçado,
Madrugada fria.
Saudade do que vivi e do que eu poderia ter vivido.

Madrugada fria de um sábado do mês de abril

Sú Ferraz

sábado, 7 de maio de 2011

"Você existe, eu sei"


Há tanto tempo meu coração
Procura um alguém para alegrá-lo,
Um alguém que o faça
Palpitar com mais energia,
Que faça com que os olhos da dona deste nobre coração
Brilhe com intensidade,
Que o sorriso desta moça, seja faceiro,
Que ela exale alegria por onde passares.
Esse alguém existe, eu sei.
Não sei aonde encontrá-lo,
Não sei como ele é,
Nem ao menos onde moras,
Mas eu sei que ele existe.
Em alguma viela,
Em alguma praça,
Em algum jardim,
Em algum lugar, eu sei ele está.
Estará onde meus olhos não conseguem enxergar.
E que meu coração não sinta
Mas eu sei, ele existe
Não sei a sua idade
Nem o seu nome
Nem do que gosta
Como você é?
Do que gosta?
Em qual lugar deste mundo você está?
Sinto a falta daquele que eu ainda não encontrei
Só te peço
Não demores,
Sinto sua falta
Já “amo o que eu não sei de você”
Eu sei que você existe
Eu sei que em breve
Eu te encontrarei
E seremos dois seres
Em um só corpo.

Sú Ferraz

*madrugada calorosa de uma quinta-feira, ao som da música Quebra cabeça de Oswaldo Montenegro e inspirada pela Música Você existe, eu sei de Biquine Cavadão