quinta-feira, 16 de junho de 2016

Ah, humanidade!


Tenho evitado assistir jornais. Todos os dias são noticiados tragédias, mais dados sobre os políticos corruptos, massacres, ódio, preconceito e tantas outras coisas que não acrescenta nada em mim, enquanto ser humano. Sei que o fato de não assistir a telejornais não mudará os acontecimentos. Ás vezes fico até com vergonha quando digo aos meus alunos para assistirem aos jornais.
Percebo que a desgraça do próximo gera muito ibope. Lamento quando alguém envia fotos de cadáveres via aplicativos sociais, creio que quem tem atitudes tão estúpidas, esqueceu-se de essência do ser humano. Sempre imagino como seria doloroso uma família ver uma a foto de um ente querido morto, em grupos de certo aplicativo.
Um ataque a uma boate gay, dezenas de mortos, familiares e amigos desesperados e sofridos, e gente sem compaixão e ética postando piadinhas em redes sociais. Poxa! Ninguém é obrigada a amar o que não lhe agrada, mas é mais do que necessário que haja respeito as diferentes formas de amar. Fico observando os homofóbicos de plantão, seus discursos são arcaicos e apoderam-se de um ódio medonho e eu me pergunto o porquê desta falta de respeito a outras pessoas, que não interferem sua vida. Pior são aqueles que usam o nome de Deus para condenar o próximo, o mundo está cheio e “porteiros celestiais”.
Abandonamos nosso lado humano, quando nos falta sensibilidade para sentir a dor que bate a porta do vizinho; emocionar ao ler um pedido de uma criança carente feita ao papai Noel, pedindo uma cesta básica para saciar a fome de sua família; perdemos aos poucos a sensibilidade quando compartilhamos vídeos de cadáveres; falta ternura quando pensamos que nossa crença é superior ao do outro; falta amor quando deixamos de nos comover diante de tantas tragédias que surgem em nosso planeta; e deixamos nosso lado humano quando alguém pede um pouco de alimento e cremos que a obrigação de alimentá-lo é do governo; perdemos bons sentimentos, quando achamos normal que um jovem, de bairro periférico tenha morrido em função da violência e, ainda falam “ menos um bandido na cidade”. Sentir compaixão e não fazer nada para melhorar a vida de alguém não é útil.
Se você não pode ajudar as crianças do continente africano, ajude uma que mora próxima a você. Convido-o a ir ao Alto do Paraíso, ali encontrarás muitas crianças que necessitam de alimentos, roupas, brinquedos e um afago. É maravilhoso receber um obrigada em forma de olhar ou um sorriso. Não fique com pena do personagem da novela, que passa frio, tenha compaixão por quem está vagando pelas ruas de sua cidade atrás de um agasalho, aqueça-o.
Ah, humanidade! Você precisa urgentemente de seres do bem e que espalhe-o por onde fores. A humanidade precisa de ética, bons sentimentos, fé em dias melhores e muita sensibilidade. De ódio, o mundo já anda cheio!

Meu texto vai melhorar o mundo? Creio que não! Mas também não vai piorá-lo. Quem sou eu na fila do pão? Sou uma sonhadora, que acredita em melhorias para os dias futuros, observa detalhadamente o que acontece ao seu redor, enquanto a moça da padaria não entrega seu cinco pães de doce ou de abóbora.


Suerlange Ferraz

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