terça-feira, 7 de março de 2017

Feliz dia, mulheres!





Hoje é o dia destinado a comemorar a luta de guerreiras que fizeram, fazem e farão história em qualquer parte deste planeta. Durante séculos a mulher era considerada um ser extremamente frágil, criada para formar família, ser submissa ao esposo e pilotar um fogão. O tempo e a coragem de mulheres fez com que esta situação pudesse mudar, porque o lugar de mulher é onde ela deseja estar. Lugar de mulher é lutando para que seu espaço seja respeitado e consequentemente por uma sociedade mais justa e que a democracia vigore.
Sexo Frágil? Lógico que não! Como alguém pode afirmar tamanho absurdo diante de mulheres que acordam as 4:00 ou 5:00 horas da manhã, arrumam a casa, preparam as refeições, cuidam de um ou vários filhos, saem para trabalhar e voltam na calada da noite?Existem tantas guerreiras que buscam uma vida melhor para os seus e para si.Não temem a guerra, lutam por vitórias para um coletivo. Expõem suas crenças, buscam políticas públicas voltadas para as mulheres em qualquer classe social, vão as ruas, protestam, marcham ao som de uma canção que as fazem lembrar o seu valor neste mundo.
Somos Marias, Margaridas, Rosas, Anas, Júlias, Violetas, Terezas, Rogacianas, Quitérias, Fridas, Malalas, Pagus... Somos MULHERES que buscamos o nosso espaço em uma sociedade que infelizmente continua vitimizando milhares de mulheres pobres, e na sua grande maioria negra no Brasil. E aquela ideia estúpida que algumas mentes doentias insistem em manter num discurso machista e preconceituoso, dizendo que as mulheres que expõem seus corpos ao utilizarem roupas curtas ou decotadas, merecem ou incentivam o estuprador a violentá-la. Que discurso vazio e patético, a exposição do corpo não faz com que a mulher se torne culpada por crimes, somos livres para expor o corpo da maneira que desejarmos e que os incomodados nos respeitem.
Em briga de marido e mulher não se deve meter a colher? Errado! Se a mulher sofre violência, não devemos meter a colher na briga, mas devemos meter o faqueiro completo. Quando uma mulher é espancada, a dor é de todas. Sofremos ao saber que muitas sofrem com companheiros que ameaçam, torturam e espancam. Algumas ainda não denunciam por medo, outras superaram o medo e a vergonha denunciando seus agressores.
Ganhamos espaços nas universidades, no mercado de trabalho, na política, nos tornamos protagonistas de belíssimas histórias de luta e superação. Ainda falta muito avanço no que se refere ao respeito e valorização da mulher. Queremos mais respeito e oportunidades, desejamos que os que virão depois de nós, encontrem um mundo mais digno e o gênero não seja parâmetro para distinguir salário. Queremos viver em um mundo em que as mulheres negras possam ser respeitadas ao escolher o visual que a agrada porque o cabelo negro é belo e a única coisa feia e ruim é o preconceito que continua enraizado em nossa sociedade.
Companheiras, que a nossa força e coragem não cessem! Que nossa voz ecoe por qualquer lugar da Terra, lutemos por respeito e igualdade. Que a nossa voz represente o silêncio que foi estabelecido a tantas mulheres que mesmo sofrendo, desejam que o futuro seja florido e feliz. Não podemos comemorar apenas hoje o nosso dia, a cada amanhecer devemos recordar das nossas conquistas e de tudo aquilo que ainda podemos conseguir.
Qual é o nosso lugar na sociedade? Em qualquer lugar em que possamos ser e fazer a diferença. Nada de submissão, somos seres transformadores, lutamos por condições favoráveis para uma vida mais digna. Plantamos flores por nossos caminhos percorridos, somos margaridas que colorem uma nação, Pagus indignadas com os tantos políticos corruptos e Malalas que lutam por uma educação qualitativa e que abranja a todos. Somos tantas, com identidades diversas, sonhamos, amamos, somos seres de fé, fantasiamos, protestamos e cremos em dias mais justos. A mulher denuncia, cobra, sacode a poeira e dar volta por cima.
Que não nos falte coragem, argumentos, sorrisos e beleza. Por onde formos que tenhamos a sensibilidade de uma criança e a determinação de uma mulher convicta do que quer. Revolucionem suas casas, escolas, grupos, ciclos, cidades ... Que nada e ninguém possam calar nossa voz.
Quem sou? Sou uma mulher negra, professora, sonhadora, brinco com palavras e tenho convicção de que não pertenço ao mundo do sexo frágil. Sou igual a tantas mulheres que acordam cedo, trabalham, estudam e crêem que podemos conquistar muito mais.

Suerlange Ferraz

Nenhum comentário:

Postar um comentário