quinta-feira, 22 de maio de 2014

As lembranças...










O vento que balança os galhos das árvores durante a madrugada é o mesmo que traz a minha mente as recordações que afloram os sentimentos.
Hoje é como se eu tivesse recebido uma caixa com muitas recordações. Ao abri-la, fui olhando cada imagem, lendo e relendo cada palavra recheada de ternura. Uma sensação de arrependimento por não ter lançado-me inteiramente na descoberta de outros caminhos.
Quando um caminho é ocupado por alguém, é preciso arrisca-se na busca de novas rotas. E se não der certo? Não tem problema! O importante é não parar. O importante é seguir, mesmo que o coração esteja em frangalhos, mesmo que sua força ou fé estejam no limite, mesmo que ninguém acredite em você, siga. Siga em frente! Invente –se!
As lembranças chegam e apossam do nosso ser. Lembranças que corroem o coração fazem com que a memória trabalhe a todo vapor e os olhos não brilham por felicidade, eles silenciam.
Recordar é viver? Acredito que sim. A vida poderá durar uns cem anos, mas as recordações no acompanharam para sempre. Recordações que servem para descobrirmos os resquícios que o tempo deixou em nós.
Talvez a lembrança dos amores não concretizados sejam os mais dolorosos de serem lembrando. Sempre ficará uma interrogação, um porque e uma dorzinha que o tempo ameniza, mas não é capaz de neutralizar. O amor puro nunca será esquecido. Sempre aparecerá o vento para espalhar os sentimentos e trazer as alegrias ou magoas aos dias. As lembranças e o frio, uma combinação nostálgica e reflexiva. O frio tem o poder de mexer com as emoções, transformam as os dias em refúgios para os amantes.

As lembranças chegam sem pedir licença, ficam e bagunçam as emoções. Nessa noite fria de maio é impossível não recordar das tantas vezes que o desfazer foram versos no papel, o desejo era ter asas e ser seu anjo bom e protetor. Desejos de uma sonhadora impulsionada pela descoberta de uma rota, a rota amorosa, mas invadida e habitada por inimigos que tinham uma força maior do que uma sonhadora.
Quero que um jardim floresça em mim e que eu seja responsável pela transformação das minhas futuras lembranças. Que a rota amorosa que um dia foi descoberta e posteriormente invadida possa incentivar-me a desbravar outros caminhos. Caminhos dignos de amor, ternura e beleza.
Que as próximas lembranças tenham um gostinho de felicidade e que as baixas temperaturas fiquem somente lá fora e não dentro de mim.

Suerlange Ferraz

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